dia mundial do autismo

Um dia para conscientizar e educar sobre o autismo

Thays Ceretta


Fotos: Lucas Amorelli (Diário)
Aos 7 anos de idade, Felipe, faz tratamento desde o primeiro ano de vida

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que pode ser detectado precocemente na vida do bebê, atualmente conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). E essa condição, ainda pouco compreendida, será lembrada hoje, Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

Em Santa Maria, a Praça Saldanha Marinho será o ponto de encontro para uma extensa programação, que inicia com mateada e segue com shows e apresentações, além da presença do Ônibus da Leitura. Amanhã, a Tribuna Livre da Câmara de Vereadores receberá Marcelo Rocha e Sônia Kroemer para falar sobre o tema.

Programação
Confira as atividades da Semana Municipal do Autismo

  • Hoje - Mateada, shows e apresentações na Praça Saldanha Marinho. Presença do Ônibus da Leitura
  • Amanhã - Tribuna Livre na Câmara de Vereadores, com Marcelo Rocha e Sônia Kroemer
  • Dia 5 - Encontro Diálogos sobre o Autismo: bate papo para professores, às 19h, no auditório da prefeitura, destinado aos professores de Santa Maria
  • Dia 6 - Palestras sobre autismo, a partir das 8h, no Plenário da Câmara Municipal
  • Dia 7 - TV Câmara, canal 16 da NET, irá veicular a entrevista com o doutor Luciano Hartmann e a psicóloga Luciane Smeha, às 14h
  • Dia 8 - Missa de encerramento da Semana Municipal do Autismo, na Igreja Nossa Senhora das Dores, às 19h

DIFERENTES NÍVEIS
É importante esclarecer a comunidade sobre o tema. Diferentemente do que muita gente pensa, os autistas não vivem em um mundo paralelo. A condição é diferente de pessoa para pessoa, e muitas podem ser diagnosticadas com autismo por serem hiperativas, por exemplo.

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O autismo afeta de modo muito diferente cada criança, apresentando níveis de severidade variados, mas sempre envolvendo alterações nas áreas da comunicação social e a presença de comportamentos, interesses e atividades restritas e repetitivas. Os primeiros sinais que pais, cuidadores ou professores tendem a identificar é a ausência ou atraso da fala, alterações no desenvolvimento social, ausência de sorriso social ou uso do apontar são alguns indicativos precoces importantes.

É comum a criança não retornar com olhar ao ser chamada pelo nome ou não buscar outras pessoas para brincar. É neste momento que os pais devem procurar ajuda profissional para fazer uma avaliação.

Psicólogo e doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Carlo Schmidt explica que não há um exame laboratorial que detecte o autismo, pois ainda não foi descoberto um marcador biológico que seja exclusivo dessa condição. Por isso, o diagnóstico é feito com base em observações clínicas do desenvolvimento da criança em diversos ambientes (consultório, escola, casa), além do uso de escalas específicas de avaliação.

- O ideal é que essa avaliação seja feita por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, terapeutas e equipe clínica. Quanto antes for realizado o diagnóstico, mais cedo se iniciam os tratamentos, e melhores são os resultados das terapias. Por isso, a busca pelo diagnóstico precoce é tão importante - comenta Carlo, que é também coordenador do Grupo de Pesquisa Educação Especial e Autismo do Programa de Pós Graduação da UFSM.

O autismo não tem cura, e o tratamento é a melhor opção nesses casos. Promover a qualidade de vida e a inclusão social, melhorar o comportamento e diminuir o preconceito são situações que precisam ser trabalhadas no dia a dia.

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COR AZUL
A cor azul representa o autismo porque a incidência é de 1 para cada 68 nascimentos, numa proporção de quatro meninos para uma menina. A educadora especial e diretora do Centro de Atendimento Mundo Novo, Cristiane Kubaski, reforça a importância do diagnóstico precoce para que o tratamento inicie o mais breve possível. A entidade que funciona em Santa Maria atende 60 pacientes com idade entre 1 anos e 7 meses e 37 anos.

- Quanto antes a gente começar a intervenção, melhores serão os ganhos futuros. Uma das primeiras aprendizagens que a gente tem que fazer com a maioria das crianças é o comportamento. Quem tem autismo não possui características físicas, mas, sim, comportamentais. Toda pessoa com autismo tem prejuízo na interação social, na comunicação e no comportamento - explica Cristiane.

VITÓRIAS DE FELIPE
A diretora comenta que, anos atrás, o autismo era um mistério para a sociedade. Hoje, as pessoas falam mais sobre essa condição, mas ainda é preciso combater o preconceito. A dermatologista Daniela Leal Sonego, 40 anos, mãe de Felipe, 7, que é portador do transtorno, diz que, para muitas pessoas, é difícil entender que a criança com autismo não é mal educada ou rebelde.

- É só uma criança diferente, que tem dificuldades. As pessoas julgam sem saber. Falta mais amor, respeito e carinho entre o ser humano - avalia Daniela.

Crianças com autismo também podem evoluir sob os estímulos corretos. Desde o primeiro ano de vida, Felipe faz tratamentos em fonoaudiologia, educação física especial, musicoterapia e terapia ocupacional. E Daniela percebe a evolução do filho.

- Felipe não interagia, demorou a caminhar, não respondia aos estímulos. Levamos ao médico e, com 1 ano e 3 meses, recebemos o diagnóstico. Hoje, ele frequenta a escola regularmente, mas, no começo, foi bem difícil. O dia a dia de uma criança com autismo é diferente. Tem de ter perseverança, porque a evolução vem aos poucos, é um processo lento. Vibramos com cada vitória dele - afirma a mãe.

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